quinta-feira, 10 de maio de 2012
A Saúde e o Estado Social - Defender o SNS
Explicando que a concepção do SNS está ligada à construção do Estado Social, profundamente enraizado numa matriz ideológica surgida a partir de Keynes-Beveridge, em oposição aos modelos Bismarckianos, a coordenadora da secção, perguntou se a linha ideológica do SNS se tem mantido, apesar do neocorporativismo traduzido nas PPP. Assim se iniciou o debate sobre o SNS e o Estado Social.
O camarada Manuel Pizarro lançou quatro perguntas estruturantes para o debate: 1. Estamos satisfeitos com os resultados do SNS? 2. Será o SNS demasiado caro? 3. Temos dinheiro para o pagar? 4. O que fazer? Fazendo o balanço dos ganhos em saúde da população, afirmou que somos dos melhores da OCDE num conjunto importante de indicadores.
Gastamos menos per capita do que a generalidade dos países, masgastamos mais de 10% do PIB
em saúde. Considerando o SNScomo uma conquista civilizacional inegociável, “temos que estabelecer um equilíbrioentre a ideologia e a prática”. Esclareceu que o modelo de PPP inicial se destinava a suportar sobretudo os custos de construção e manutenção dos equipamentos, a 30 anos, sendo a gestão clínica por 10 anos.
Apenas assim se possibilitou a construção de 4 hospitais, cuja população aguardava há décadas.
Entre os quais, o de Cascais. Defendeu que tem existido continuidade ideológica desde o início do
SNS, mas que a ruptura pode darse com este Governo que, com a Lei dos compromissos asfixia inexoravelmente o serviço de saúde.
“O que este Governo está a fazer excede o acordado com a Troika”. “Temos que deixar de estar acantonados e defender o Estado Social”.
“O PS não tem por que se inibir de denunciar os abusos cometidos ao abrigo do memo rando da Troika. Afinal, o cenário de inevitabilidade foi prepa rado pela banca. O resgate é, sem dúvida, para salvar a banca, mas o que fará ao país?” E assim, a Coordenadora da Secção iniciou o debate.
A sede da Parede encontravase plena de militantes. Conversou-se sobre o panorama social atendendo a perspectivas ideológicas. A principal conclusão é que existem alternativas.
Numa explicação clara e sem ambiguidades, num ambiente informal de conversa, mais que de prelecção; a camarada Ana Benavente classifica o actual momento como uma crise da Democracia, mais enraizada na política do que na economia.
Descreve a política actual como “a nova barbárie, que se consolida no medo, desesperança e solidão
dos povos”.
Alertou que demos a democracia como conquistada, mas que a pouco e pouco a direita ganha espaço e condiciona o modo de pensar da sociedade, sendo um exemplo a reiterada noção de “falta de alternativa” e “inevitabilidade” de austeridade. Explicando os objectivos da auditoria cidadã à dívida,
clarificou os conceitos de dívida legítima, dívida ilegítima e dívida odiosa.
Expressou preocupação sobre a distância que existe entre o eleitor e o eleito, focando a necessidade
de atenção para novas formas de participação cívica que estão a nascer.
Definindo-se como Democrata e Humanista lembrou que a origem do PS se radica na liberdade e solidariedade. Referindo-se ao panorama nacional, europeu e mundial, pergunta: “onde está o PS?
quarta-feira, 9 de maio de 2012
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